Diz-me agora o teu nome
Se já dissemos que Sim
Teu olhar que demora
Porque me olhas assim?
Porque me rondas assim?
Toda a Luz da avenida
Se desdobra em paixão
Magias de druida
Pelo teu toque de mão
São ventos amenos
Por mares morenos
Do meu coração
Espelhando as vitrinas
Da cidade sem fim
Tu surgiste divina
Porque me abanas assim?
Porque me tocas assim?
E trocamos pendentes
Velhas palavras tontas
Com sotaques diferentes
A nossa prosa está pronta
Dobrando esquinas e gretas
Pelo caminho das letras
Que tudo o resto não conta
E lá fomos audazes
Por passeios tardios
Vagueando no asfalto
Cruzando outras pontes
De mares que são rios
E num barco fora de horas
Se eu chorar perdoa
Lá onde é que eu canto
Por dentro sonhado que estou em Lisboa
Diz-me então que sou teu
Que és toda para mim
Que me pões no apogeu
Porque me abraças assim?
Porque me beijas assim?
Por esta noite diante
Se tu me pedes enfim
No céu de anúncios brilhantes
Vamos casar em Berlim
Há luz fundo dos faróis
São a seda dos lençóis
Porque me olhas assim? Cristina Branco
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