Diário de Bordo III

Quando os dias pertencem ao NÃO, quando recebemos cartas do banco a avisar que a renda da casa vai voltar a subir, quando o trabalho está um inferno, quando à nossa volta vimos a urbe toda descontente e a dar coices…então o melhor mesmo é fechar os olhos e relembrar as boas energias que as viagens nos oferecem.

Foi o que fiz, recordei Praga no seu Inverno rigoroso mas que transforma a cidade num local encantado.

Lembrei as ruas do Bairro Judeu, (Josefov), existente desde 1179 faz com que esta comunidade seja a mais antiga de toda a Europa. Durante 700 anos a comunidade judaica viveu entre muros até que em 1848 o muro foi derrubado e o bairro judeu voltou a integrar-se aos poucos na cidade de Praga.

Enquanto na Europa Nazi, todos os símbolos judeus iam sendo eliminados, Praga manteve-se intacta pois a intenção do III Reich era fazer do Gueto um museu sobre o povo inferior que os Nazis eliminariam da face da Terra.

E assim, à conta da monstruosidade e ignorância, se manteve um local que adquiriu uma relevância histórica impar…Josefov o bairro judeu em Praga.
Apesar de completamente remodelado em zona residencial, o bairro judeu não perde o seu cariz misterioso e belo. São vários os monumentos que se podem visitar nesta zona da cidade, as sinagogas, desde a Sinagoga Espanhola, passando pela Sinagoga Alt Neue, construída em 1280 é única em funcionamento nos dias de hoje. Nesta sinagoga reza-se há 700 anos e os actos religiosos apenas foram interrompidos no período da 2ª guerra mundial por motivos óbvios. Consta que o famoso Golem andou por esta Sinagoga e há quem acredite que ainda povoa o sótão da mesma.

O cemitério judeu de Praga com as suas 12 mil supulturas é um local de visita obrigatória, onde se sente uma mistura de emoções e sentimentos.
Depois é descansar no café Kafka onde o chocolate quente é uma delícia, e assim tudo seria perfeito não fosse a antipatia e indiferença do povo checo que de calorosos não têm nada…saem ao tempo gélido que por lá se sente. Mas a beleza da cidade supera tudo, até a antipatia checa, que se combate também com um belo repasto de Goulash Checo acompanhado, para não variar de copos de meio litro de cerveja.

Nashledanou Praha…até um dia destes.

Diário de Bordo II


A cidade que muitos afirmam ser a Paris que se esqueceu de crescer, brindou-nos pela manhã com um espectáculo de neve, o dia prometia ser longo, divertido apesar de estar planeada muita caminhada pelos becos e ruelas de uma das metrópoles mais românticas do mundo.

Staromestské Námestí que é o mesmo que dizer Praça da Cidade Velha. É impossível descrever a beleza desta praça; não há fotografia capaz de captar toda a sua imponência, esta praça precisa de ser vivida pelos olhos de cada um.

Com dois monumentos principais a fazerem jus à sua beleza indescritível, Staromestské Námestí é composta pela Staromestské Radcine , antigo edifício da câmara municipal e nele podemos ver o famoso relógio astronómico que de hora a hora chama todos os turistas à praça para assistirem ao desfile dos apóstolos, da morte, riqueza, avareza e vaidade, cada personagem deste estranho relógio está carregado de simbolismo que há hora certa ganham vida e apresentam-se à população com a mesma dignidade e brilho de há 6 séculos atrás.




O giro mesmo é ver os turistas a amontoarem-se na praça há hora certa para ver o espectáculo do relógio, depois, bem depois cada um vai à sua vida, uns vão-se enfornar nas lojas de souvenirs, comprando cristais da Boémia, Matrioscas; chapéus, Absinto, eu sei lá, e outros continuam a sua viagem pelos monumentos da Cidade.

Ainda em Staromestské Námestí podemos ver a fantástica Igreja de Tynn datada dos séculos XIV e XVI, esta igreja é composta por duas torres que representam Adão e Eva. A sua entrada é por umas arcadas na praça central e de livre acesso, se por acaso encontrarem por lá um velho antipático a fazer peditório para a Caritas, façam-me um favor, dêem-lhe o tabefe que eu não lhe consegui dar.
Em Staromestské Námestí podemos ainda ver O Teatro dos Estados, onde foi rodado o famoso filme Amadeus, aqui em 1787 foi estreada a Ópera Don Giovanni com o próprio Mozart.

Agora é sair e dar novo rumo, até à ponte Carlos IV, Karluv Most em Checo, construída em 1357, esta ponte é decorada com 30 estátuas de Santos incluindo o Santo António de Lisboa, que fazem companhia aos artistas que por ali fazem negócio.



A cidade tem 17 pontes, mas esta que ficou com o nome do imperador que a reformou é de facto a mais famosa, pedestre, oferece-nos uma vista pela cidade inigualável.

O dia acaba, numa famosa cervejaria, ou num restaurante italiano que em Praga é praga, há um em cada esquina, mas sendo Italiano ou Checo, uma coisa é certa a bebida é cerveja e para os mais friorentos sai um vinho tinto quente com sabor a canela.

Dekuji Praha!

Diário de Bordo I

Antes de mais, bom ano, bom ano a todos os que por aqui passam e partilham comigo todas as emoções da Blogoesfera.

Desta vez elegi a cidade das “cem cúpulas” para entrar em 2008. E acertei na mouche, Praga é uma cidade onde se respira o encanto a cada esquina, onde a música paira em qualquer rua, onde a beleza arquitectónica nos ofusca a todo o momento.

Situada na Boémia Central, Praga é riquíssima no plano arquitectónico e cultural, banhada pelo rio Vltava, a capital da Republica Checa oferece-nos histórias milenares de encantar onde o sonho é realidade presente. Castelo, palácios, bairros típicos, igrejas de pasmar, Praga é a cidade que nos faz acreditar que iremos de novo voltar, até porque muita coisa fica por ver.

Apesar dos -5 de temperatura, o melhor mesmo é deixarmo-nos perder pelas ruas para podermos gozar em toda a sua plenitude as maravilhas que a cidade nos tem para oferecer, assim, bem agasalhados, rumo ao castelo que se faz tarde, sim porque ficam a saber que às 4 da tarde é noite cerrada e só dá vontade depois para beber umas belas canecas de cerveja numa cervejaria checa que faça um excelente Goulash.

Situado na margem esquerda do Rio, sob a Colina Hradcany, o Castelo de Praga é um monumento único e de rara beleza, construído no século IX para residência dos reis da Boémia, hoje residência oficial do presidente checo. Ocupando uma área superior a 72,5 mil m², o Castelo de Praga é considerado o maior castelo do mundo E o que se pode ver por lá? Imensas coisas mas hoje falo apenas da Catedral de S. Vito e da Vila Dourada.


Catedral de São Vito - Este fantástico monumento gótico é a maior igreja da Republica Checa, decorada com vitrais de rara beleza, a catedral de dimensões gigantescas provoca-nos uma sessão de vertigem que se mistura pelas cores que os vitrais emanam de si, no seu interior podemos ver a capela de S. Venceslau que é composta por mais de 1000 pedras semi preciosas e esconde no seu interior variadíssimas relíquias da religião católica.






A vila dourada é composta por casas de antigos archeiros do castelo, mais tarde passaram a habitar estas mini casas, alguns artesãos e claro o famoso Kafka que habitou a famosa casinha azul, número 22, hoje cada casa é uma loja que fazem as delícias dos turistas, o tempo ali parou e deixa-nos adivinhar e até fantasiar como seria possível viver-se em espaços tão pequenos, parece que entramos em Liliput.

A vila composta por apenas uma rua, tem o seu términos perto da terrífica torre de Dalibor, mas isso são contas para um próximo rosário pode ser?

Dobry vecer que é como quem diz boa noite que amanhã é outro dia cheio de coisas novas para ver
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