India - Diário de Bordo VI


Chegada a cidade do templo do Amor…AGRA. A lua já estava sentada no céu de estrelas, e o movimento da cidade estava imparável. Agra com 1.400.000 habitantes é uma cidade frenética, possuidora da primeira maravilha do mundo, mas a essa já lá vamos.


Definitivamente a cidade do amor e Novembro, para os Indianos, é o mês de eleição para a realização dos casamentos, eram às dezenas nas ruas daquela cidade, o ritual é bem interessante, enquanto a noiva espera, o noivo vai passeando montando num elegante cavalo, pelas ruas da cidade, acompanhado por uma banda e com os seus convidados que dançam à sua volta como se tivessem possuídos. Tudo sob a iluminação de uns candeeiros que são carregados à cabeça por pobres miúdos. A música é infernal que vai alternando com foguetes que são lançados sabe-se lá de onde. Sem dúvida uma experiência que nos marca, mais uma vez fomos avisados pelo nosso Amrik, sempre que na rua se avistava mais um grupo de convidados possuídos à volta de um noivo montado num cavalo vestido a rigor para maravilhar os olhos da sua Maranini por uma noite.


Agra, foi também local para visitar o mercado típico indiano, onde turista não põe a pata, mas como quem tem um Amrik tem tudo, lá fomos nós em busca da compra de uma mochila porque as malas já se recusavam a acolher mais souvenirs.


No mercado tudo se comprou e tudo se provou, da minha parte atrevi-me na aventura de comer comida de rua, uns bolos doces feitos de “quero lá saber do quê”, tabaco de mascar e claro, saris, muitos saris, de todas as cores e feitios. Pacheminas, foram às dezenas que fizeram certamente as deliciam como prendas de Natal.


O artesanato, esse ficou lá para os lados da cidade Rosa, pois Agra pauta pela qualidade do mármore translúcido que tanta beleza dá ao belo Templo do Amor, qual? O Taj Mahal claro, que enfeitado com pedras semi preciosas, conseguem enlouquecer os nossos sentidos.


Agra nasce em 1566 pelas mãos do sultão Akbar, o mesmo de Fathepur Sikri estão a ver? Esse mesmo!


Em Agra não faltam maravilhas para os olhos, ora bem e começamos por onde….? Claro que é por este, o ícone da cidade e do mundo, aliás a primeira maravilha do Mundo, o imponente Taj Mahal. A visita foi feita ao abrir das portas, marcava o relógio 6.30 da manhã, o Sol nasceria dali a pouco, mas a neblina não o deixou ver, mas por outro lado conferiu uma beleza estonteante ao local.


Mandado construir por Shah Jahan em memória da sua esposa Mumtaz Mahal, o templo do amor, completamente simétrico, o Taj Mahal, é feito de mármore branco translúcido, mas duríssimo, decorado todo ele com pedras semi preciosas.


Levou 22 anos a ser construído, os últimos 8 anos de construção foram observados por Shah Jahan através da janela do seu cativeiro, o forte de Agra.


O rio circunda o complexo e do outro lado do rio, pode-se observar o que foi o início de uma réplica do Taj Mahal, mas todo em mármore negro, a obra não foi concluída porque o filho do imperador acabou por prender o pai no forte de Agra por considera-lo louco e de arruinar os cofres do Estado. Assim, quando faleceu, Shah Jahan, foi sepultado, ao lado do túmulo da esposa, conferindo assim a única situação não simétrica do complexo inteiro.


Só para terem uma ideia, o Taj Mahal possui duas mesquitas, e uma delas sempre esteve desactivada, foi apenas edificada para que não se perdesse o conceito de simetria.


Sem dúvida, um monumento que mereceu ser a primeira das maravilhas que tanto orgulha os indianos que não se cansam de O visitar e admirar, pudera, também eu não me cansei de me deslumbrar e apaixonar por ele.

India - Diário de Bordo V

Dissemos adeus à cidade cor-de-rosa, e fizemo-nos à estrada para mais uma viagem de despertar os sentidos, o caminho para Agra foi uma vez mais, feito de surpresas, entre vilas perdidas na imensidão deste país, a sujidade mistura-se com os mistérios dos olhares de quem à beira da estrada está sentado de cócoras à espera de coisa alguma.

São 237 Km de pura emoção e adrenalina. Os indianos conduzem de uma forma muito particular, confiando cegamente na sua buzina e no bom senso dos outros, decidem que não há bem condução nem à esquerda nem à direita, o que faz com que rapidamente se aviste camiões velhíssimos que vêm na nossa direcção e se desviam à última da hora. O nosso Amrik com olhos postos na estrada, acalma o nosso stress e sob as suas palavras tranquilas convence-nos que tudo está sob controle.


Mas ficam a saber, que esta aventura digna de feira popular, vale a pena, se vale, Fathepur Sikri, a primeira paragem antes de Agra.

Construída na segunda metade do século XVI pelo emperador Akbar, Fathepur Sikri foi a capital do império Mugol (e não Mongol como muitos insistem em dizer) durante 10 anos. Trata-se uma cidade que foi abandonada praticamente à 500 anos por falta de água, mas está impecavelmente conservada tendo-lhe sido atribuída também por isso, o estatuto de património da humanidade pela UNESCO.


O imperador vivia momentos de angústia por não conseguir um herdeiro para seu trono, assim sendo, em 1568, e tendo ouvido falar da fama do vidente Shaikh Salim, decidiu ir ao seu encontro na sua vila natal Sikri. Salim previu que nasceria um filho mas Akbar teria de viver por aquelas bandas, assim o disse Salim, assim o fez Akbar, transformando o pequeno povoado na capital deste magnifico império.

Fathepur Sikri é um complexo de monumentos e templos que inclui uma das maiores mesquitas da Índia; Jama Masjid.


Na cidade podemos igualmente ver os aposentos das esposas de Akbar, uma de cada religião, que o tipo não era tonto, a esposa católica era vejam só, uma Tuga, filha de Vasco da Gama, que, para infortúnio nosso, tinha os aposentos mais pequenos e menos luxuosos.

Fathepur Sikri, prima pelo silêncio, pela paz, pela beleza e pelo exótico como só a Índia tem para oferecer.

India - Diário de Bordo IV

Bom ano! Bom ano a todos, é o que vos desejo no primeiro post de 2009 que é mais um diário de bordo da fantástica viagem pelo Universo paralelo que é a Índia. Samode ficou lá atrás e nós, na bagagem levávamos saquinhos de saudades e de boas memórias daquele Palácio deslumbrante.

Página virada, agora diante de nós, a cidade cor-de-rosa de Jaipur convidava a estar e a visitar o que viria a ser para mim uma das fortaleças mais belas que os meus olhos viram até hoje.


O Forte Amber, um complexo palaciano, situado na vila de Amber, entre as montanhas podemos ver templos Hindus espalhados em cada colina que conferem à paisagem um ambiente único, à volta uma muralha bem ao estilo da muralha da China, permite-nos que a imaginação navegue para tempos passados e imaginar toda aquele complexo em funcionamento a pulsar de vida.


Mandado construir pelo Raja Man Singh é uma mistura da arte Hindu com a arte muçulmana, todos os detalhes foram pensados para que se vivesse as 1001 noite de encantar, sem dúvida uma experiência que nunca se esquece, os elefantes sobem a montanha com os turistas que chegam aos magotes para serem recebidos ao som estridente e majestoso de cornetas e tambores como se de verdadeiros marajás se tratassem.


Saídos desta história de encantar e entre uma refeição de lentilhas e de um korma lamb, visitámos o palácio real da cidade de Jaipur, actualmente dividido entre a residência do Marajá de Jaipur e um museu que merece atenção obrigatória.


Mas antes há que espreitar o palácio de verão, mesmo no centro de um lindíssimo lago, só para satisfazer os caprichos da Maranini que sofria de calores e de angústias diversas.


Ao longe o palácio dos Ventos piscava-nos o olho para uma visita, trata-se apenas de uma fachada, na verdade não é um palácio, foi construído uma fachada de janelas que cobriam vastos corredores por onde a Maranini andava e através das janelas poderia espreitar sem ser vista as ruas fréneticas desta cidade que se pintou de cor-de-rosa para receber a chegada do principe britanico na altura do império colonial inglês.


Mas foram as compras, as compras foi o que nos deixou doidos e assim, bazar atrás de bazar, foi comprar, comprar, comprar, sempre com a vigilância atenta e preciosa do nosso Anjo da Guarda, o motorista que nos guiou por toda esta aventura, o nosso Amrik, um Sik, que nem por um momento descansou a sua atenção para garantir que nada nos acontecia e que a nossa passagem pela Índia seria inesquecível. “Are you Happy? If you are happy, i’m happy!” Obrigado Amrik, jamais sairás da nossa memória Nameste…



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