O Agosto das Romarias

Agosto, o mês das Romarias por excelência, é o mês em que as praças e ruas do nosso país se transformam num palco multicolor de cheiros som e cor. Os carros de matrícula estrangeira multiplicam-se pelas vielas onde o som estridente ecoa pelas paredes geralmente brancas das casas que assistem ao espectáculo de verão.

Famalicão da Nazaré não é excepção, e ontem, depois de refeito da maleita, lá nos metemos no carro e 1 hora e meia depois estávamos no centro da festarola. Casitas com petiscos que desafiavam o meu pobre espírito que ferozmente lutava pelo bem-estar do meu estômago que reclamava paz.

Eis os prémios que me sairam em quermesse

Ao fundo o conjunto tocava e os pares de todas as idades davam o seu pé de dança. As típicas senhoras sentadas à espera de par também marcavam presença na festarola enquanto as mães mais controladoras vigiavam o par que lhes tinha levado a filha casta para o meio do bailarico, não fosse o diabo tece-las e num passe de mágica seduzir a rapariga a entregar o seu precioso tesouro atrás de uma qualquer carripana de farturas e churros.

É o nosso Portugal sim senhor, os emigrantes saudosos dos nossos costumes deliram com sandes de coirato e sopa de feijão enquanto ao longe uma Cláudia Isabel qualquer canta uma típica canção brejeira que fala sobre o poder sexual.

Eu gosto destes eventos, onde todos se reúnem numa festarola que parece não ter fim, ao menos dá um colorido ao nosso país que já anda há demasiado tempo vestido de tons cinzento e preto.

O regresso a Lisboa teve paragem em Óbidos, que à noite tem um encanto especial, é um tempo que parou entre cada rua que é vigiada por um candeeiro de luz amarela, as lojas, essas estão abertas até fartar e os bares deliciam-nos com ginjinha e iguarias diversas. É o tempo medieval a resistir e bem à era moderna. Sem dúvida um local a visitar brevemente com mais calma à noite onde tudo está mais calmo e com cores diferentes.