E quando a desilução nos bate à porta?

O Homem tem muitos sentimentos e emoções, cada uma destas em particular tem um nome e uma sensação diferente, eu, pessoalmente da que menos gosto é da desilusão…, então se vier de alguém que gostamos muito é bem pior. Foi o que me aconteceu, e logo, saber viver com esta realidade não é fácil, é aquela sensação de desconforto quando temos uma mesa posta para um jantar de amigos…. É a nossa melhor toalha branca com os copos que comprámos para aquela noite especial e de repente alguém entorna o vinho tinto sobre a mesa mesmo antes do jantar ter inicio e nem sequer nos diz…. Espera que sejamos nós a ver a toalha manchada… Foi assim que me senti, não é a forma de tratar as pessoas que gostamos.

Descobrir que passados muitos anos pensamos que é impossível aquela pessoa nos traia de uma maneira sem forma, quando o egoísmo sobe ao seu mais alto estado e se sobrepõe a todos os valores que se apregoa a todos os ventos e marés… é o sabor da hipocrisia que incomoda, que me desconforta que me põe triste.

Não me canso de relembrar que a Inês Pedrosa escreveu a mais bonita noção de amizade no seu livro “ A instrução dos amantes”, é essa que sigo e que me faz sentido…. Os amigos são os que nos roubam as batatas fritas enquanto nos dizem verdades… às vezes carregadas de pesos que não queremos ver que carregamos, os amigos são os que nos abraçam sem precisarem de perguntar se estamos tristes ou alegres e se precisamos ou não, apenas abraçam porque sentem que faz sentido o afecto sem questões.

Os amigos para sempre são aqueles que brindam com copos de Tang num aniversário cheio de salames, leite-creme correria e suor. Os amigos para sempre são aqueles que nos lembramos sempre do sorriso nem que o bigode ou que a maquilhagem disfarce a cara.

Então e o que fazer com aqueles que nos rodeiam desde sempre, da família ou não e que temos sempre a imagem do defensor dos bons valores e costumes e que na verdade acreditamos? O que fazer com esses? Bom para estes não tenho resposta, é continuar a sorrir para nós mesmos e pensar que a vida também é feita de enganos e desenganos e que afinal por vezes Richard Dawkins tem razão, o gene egoísta vence, neste caso o meme egoísta venceu e por isso não merece o tempo que podemos desperdiçar com tentativas de procurar a resposta a um porquê que nos martela a toda a hora, por isso vale a pena continuar a sorrir mesmo que a ferida sangre um pouco, ela irá sarar com muito calma e uns dias mais rapidamente que outros, é assim a vida e não podemos que seja ao contrário podemos apenas tentar que seja um pouco melhor!




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