Diário de Bordo I

Alô Blogoesfera, cheguei do paraíso, é verdade ele existe e está situado a 760 milhas naúticas do Continente Europeu e a 2110 milhas da América do Norte. Este paraíso nasceu na sequência de violentas erupções vulcânicas e a Terra ainda mostra toda a sua força, este paraíso chama-se AÇORES.


Há quem diga que estas místicas ilhas são o que resta da Atlântida, não há provas que tornem a verdade este facto, mas a realidade é que os Açores estão carregados de um misticismo que em todo o seu esplendor mostra-se através da sua Natureza.




A ilha de S. Miguel, a maior do arquipélago apresenta-se majestosa numa paisagem verdejante de nos cortar o fôlego, a cada subida é-nos oferecido um presente magnifico e ainda mais belo que o anterior. Ilha vulcânica de montes e enormes vales onde as Estações do ano acontecem num só dia.

Água de Pau, Vila Franca do Campo, Furnas, Ribeira Chá, Achada, Ribeira Quente, são paragens obrigatórias para deixar os olhos contemplarem o magnifico cenário ali desenhado até aos confins do nosso Horizonte.

As lagoas, ai as lagoas, são as do Fogo, das Sete Cidades (a Azul e a Verde) a das Furnas a de S. Brás e todas as outras que a vontade tiver que descobrir. Depois temos as Caldeiras com cascatas de água quente que convidam a um longo banho mesmo quando o frio teima em ficar.

Ponta Delgada apresenta-se com as belas portas da Cidade e com as suas Igrejas de culto ao Santo Cristo que é alvo de grande romaria e devoção por parte dos conterrâneos da Ilha.

Em cada rua mora uma igreja que trajando de branco e preto, veste-se no seu interior com um colorido bem dourado. Lá dentro reza-se e muito e a fé é um fenómeno que nos atravessa e trespassa.

Nas furnas a terra mostra-se viva e bem activa, e por lá se fica para o belo cozido das furnas e claro uma vez mais sentir a água quente que brota bem debaixo dos nossos pés.

Miradouros são mais que muitos e cada um mais bem cuidado que o anterior; Pico da Cruz; Pico das éguas; Lomba do Pico; Fenais da Ajuda; Pico do Ferro; Ponta da Madrugada entre tantos que se perde a conta.

O Chá esse é da Gorreana, mas o de Porto Formoso já lhe faz sombra.

Fica neste primeiro diário de Bordo a referência à simplicidade e simpatia Açoreana que mesmo num sotaque mais fechado sempre sorri e pronto para ajudar o viajante que enubriado de tanta beleza se perdeu no mapa de uma ilha de 759,4 quilómetros quadrados de superfície, com 65 quilómetros de comprimento e 16 quilómetros de largura.

Assim é os Açores, e S. Miguel que se deita cedo, porque o dia começa ao primeiro raio de sol que informa o gado que é hora da ordenha para se seguir a mais um dia tranquilo nos verdejantes pastos que são um ex libris da ilha.